A insegurança alimentar tem se agravado no Brasil, e a fome está ainda mais presente na vida dos brasileiros em 2022. Segundo dados do novo Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia de Covid-19 no Brasil, apenas 4 entre 10 famílias conseguem acesso pleno à alimentação no país.
A fome já atinge 33,1 milhões de pessoas.
Os dados do segundo relatório, elaborado pela rede Penssan com apoio da Oxfam Brasil e outras organizações, mostram que a situação piorou muito desde a publicação dos primeiros dados, em 2021.
As razões são conhecidas: aprofundamento da crise econômica, segundo ano da pandemia de covid-19 e a continuidade do desmonte de políticas públicas que promoviam a redução das desigualdades sociais da população.
Conheça os dados da fome por estado
O Suplemento I – Insegurança Alimentar nos Estados detalha as condições e níveis da fome nas regiões e estados do Brasil.
As análises abrangem uma amostra de 12.745 domicílios localizados em 577 municípios de áreas urbanas e rurais, distribuídos nas cinco macrorregiões brasileiras e contemplando os 26 estados e o Distrito Federal.
A coleta de dados ocorreu entre novembro de 2021 e abril de 2022. Os resultados mostram desigualdades sociais e de acesso aos alimentos não apenas entre as macrorregiões, mas também entre os estados de uma mesma macrorregião.
A escalada da fome é de responsabilidade das más escolhas políticas de negação e da ausência de medidas efetivas de proteção social.
33,1 milhões de pessoas estão passando fome
O Norte e Nordeste são as regiões mais afetadas
A fome no Brasil retornou ao patamar dos anos 1990
Mulheres e pessoas negras são as que mais sofrem
A Fome não tem hora, mas tem lugar
A insegurança alimentar cresceu em todo o país, mas as desigualdades regionais seguem acentuadas. As regiões Nordeste e Norte são as mais afetadas pela fome.
Enquanto no Brasil temos 15,5% dos domicílios com pessoas passando fome, no Norte esse índice sobe para 25,7%, e no Nordeste, 21%.
A fome tem gênero, raça e grau de escolaridade
6 de cada 10 domicílios cujos responsáveis se identificavam como pretos ou pardos viviam em algum grau de insegurança alimentar, enquanto nos domicílios cujos responsáveis eram de raça/cor de pele branca autorreferida, mais de 50% tinham segurança alimentar garantida.
Pesquisa é realizada pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN), com execução do Instituto Vox Populi, e tem apoio e parceria da Oxfam Brasil, Ação da Cidadania, ActionAid Brasil, Fundação Friedrich Ebert Brasil, Ibirapitanga e Sesc.
A fome tem pressa! Quem não tem o que comer precisa da sua ajuda. Você pode fazer a diferença!