Sem combater desigualdade, não há solução para a crise climática, diz Oxfam em fórum de filantropia

02/10/25

A diretora executiva da Oxfam Brasil, Viviana Santiago, participou nesta quinta-feira (01/10) do Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais 2025, um dos principais eventos do setor no país, promovido pelo IDIS. A mesa “Esperançar em tempos de mudanças climáticas” reuniu também Alice Amorim, Diretora de Programa da Diretoria Executiva da Presidência da COP30, e Patricia McIlreavy, Presidente e CEO do Center for Disaster Philanthropy. 

Durante sua fala, Viviana Santiago reforçou a posição da Oxfam Brasil de que não é possível enfrentar a crise climática sem enfrentar as desigualdades. Ela destacou pontos fundamentais para uma atuação eficaz e justa: 

  • Justiça Climática como centro: É crucial entender que a crise climática amplifica desigualdades já existentes, atingindo com mais força populações historicamente vulnerabilizadas, como negros, indígenas, mulheres e comunidades periféricas. A solução passa, necessariamente, pela reparação dessas injustiças. 
  • Os territórios como lugares de solução: É preciso olhar para os territórios não apenas como áreas de risco ou vítimas passivas, mas como espaços de conhecimento, inovação e construção de soluções sustentáveis. Quem vive na floresta, no cerrado ou nas cidades tem as respostas que precisamos ouvir e apoiar. 

Além disso, Viviana falou sobre a necessidade de a Filantropia ser vocal na defesa dos territórios e de defensoras e defensores ambientais. Isso significa usar sua influência e recursos para proteger os direitos das comunidades e amplificar suas vozes nos espaços de decisão. 

Culpados Pela Crise, Responsáveis Pela Conta 

Em sua intervenção, Viviana também apresentou a campanha da Oxfam Brasil “Culpados Pela Crise, Responsáveis Pela Conta”, que pressiona para que os grandes emissores históricos de gases de efeito estufa, os verdadeiros responsáveis pela intensificação da crise climática, paguem pela conta dos estragos.  

A campanha defende a criação de fundos de financiamento baseados no princípio de “Quem Poluiu, Deve Ser Responsabilizado”, direcionando recursos para que os países em desenvolvimento e as comunidades mais afetadas possam se adaptar e lidar com as perdas e danos. 

“Esperançar, como bem define o verbo criado pelo educador Paulo Freire, é não se acomodar. É preciso ir além e agir. E a ação da filantropia, neste momento, precisa ser corajosa e estar ao lado daqueles que lutam pela vida e pela justiça em seus territórios”, afirmou Viviana. 

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