Transição energética justa é tema de encontro em Brasília 

22/04/25

Entre os dias 12 e 17 de abril de 2025, Brasília sediou o Encontro Renovando Nossa Energia, um evento híbrido organizado pela 350.org que reuniu representantes de organizações da sociedade civil, movimentos sociais, ativistas, artivistas e comunidades de diferentes partes do Brasil e do mundo. A programação contou com palestras, workshops e sessões culturais voltadas a catalisar projetos de energia renovável liderados e em benefício das comunidades. 

A agenda, promovida pela 350.org — organização global de ativismo ambiental que luta pelo fim dos combustíveis fósseis e pela construção de uma transição energética justa — teve como objetivo fortalecer o movimento por justiça climática e energética, especialmente em um ano emblemático para o Brasil, que sediará a COP30.A Oxfam marcou presença no evento com uma delegação de 12 pessoas de vários países levando a pauta de como as mudanças climáticas vem aprofundando as desigualdades como reforça na campanha Culpados Pela Crise, Responsáveis Pela Conta (Make the Rich Polluters Pay). 

A Oxfam participou ativamente do evento com uma delegação de 12 pessoas de diversos países, levando à discussão a perspectiva das desigualdades agravadas pela crise climática, conforme reforçado em sua campanha Culpados Pela Crise, Responsáveis Pela Conta (Make the Rich Polluters Pay). Durante o encontro, foram destacadas as ameaças de uma transição energética desigual, que pode ampliar a exclusão social se não for planejada com justiça e inclusão. 

O evento teve um momento marcante no último dia, com a participação da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, que dialogou com os participantes sobre os desafios e compromissos do Brasil no enfrentamento da crise climática.  

A transição energética, embora prometa um futuro mais sustentável, pode acentuar as desigualdades se não for implementada de forma justa e inclusiva. A falta de acesso a fontes de energia limpa e acessíveis, a concentração de benefícios nas classes mais altas e a marginalização de grupos vulneráveis são desafios que precisam ser enfrentados para garantir que a transição energética beneficie a todos, e não apenas a alguns.  

Dias antes do evento em Brasília, durante o Acampamento Terra Livre (ATL) — a maior mobilização indígena do Brasil —, lideranças indígenas do Brasil, do Pacífico e do Canadá entregaram uma carta à presidência da COP30, exigindo o fim da era dos combustíveis fósseis e a implementação de uma transição energética justa e equitativa.

Foto: Kathleen Lamayo/ 350.org

A carta, coordenada pela 350.org, contou com o apoio de 180 organizações indígenas, ambientais e de juventudes de diversas partes do mundo. O documento foi entregue ao presidente da COP30, André Corrêa do Lago, em uma cerimônia simbólica realizada no ATL, em Brasília.

A Oxfam esteve entre as organizações signatárias, reafirmando seu compromisso com a justiça climática, a descarbonização da economia e a centralidade dos povos indígenas e tradicionais na construção de soluções para a crise climática. 

No ano em que o Brasil receberá a COP30, principal fórum global para discutir e negociar ações relacionadas às mudanças climáticas, os olhos do mundo estão voltados para o Brasil. 

Sobre o encontro, Naira declarou: “A transição energética é uma oportunidade única para construir um presente e futuro mais sustentável, e é fundamental que ela seja implementada de forma justa e inclusiva, garantindo que seus benefícios sejam compartilhados por todos, sem deixar ninguém para trás”. 

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