Entre os dias 12 e 17 de abril de 2025, Brasília sediou o Encontro Renovando Nossa Energia, um evento híbrido organizado pela 350.org que reuniu representantes de organizações da sociedade civil, movimentos sociais, ativistas, artivistas e comunidades de diferentes partes do Brasil e do mundo. A programação contou com palestras, workshops e sessões culturais voltadas a catalisar projetos de energia renovável liderados e em benefício das comunidades.
A agenda, promovida pela 350.org — organização global de ativismo ambiental que luta pelo fim dos combustíveis fósseis e pela construção de uma transição energética justa — teve como objetivo fortalecer o movimento por justiça climática e energética, especialmente em um ano emblemático para o Brasil, que sediará a COP30.A Oxfam marcou presença no evento com uma delegação de 12 pessoas de vários países levando a pauta de como as mudanças climáticas vem aprofundando as desigualdades como reforça na campanha Culpados Pela Crise, Responsáveis Pela Conta (Make the Rich Polluters Pay).
A Oxfam participou ativamente do evento com uma delegação de 12 pessoas de diversos países, levando à discussão a perspectiva das desigualdades agravadas pela crise climática, conforme reforçado em sua campanha Culpados Pela Crise, Responsáveis Pela Conta (Make the Rich Polluters Pay). Durante o encontro, foram destacadas as ameaças de uma transição energética desigual, que pode ampliar a exclusão social se não for planejada com justiça e inclusão.
O evento teve um momento marcante no último dia, com a participação da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, que dialogou com os participantes sobre os desafios e compromissos do Brasil no enfrentamento da crise climática.
A transição energética, embora prometa um futuro mais sustentável, pode acentuar as desigualdades se não for implementada de forma justa e inclusiva. A falta de acesso a fontes de energia limpa e acessíveis, a concentração de benefícios nas classes mais altas e a marginalização de grupos vulneráveis são desafios que precisam ser enfrentados para garantir que a transição energética beneficie a todos, e não apenas a alguns.
Dias antes do evento em Brasília, durante o Acampamento Terra Livre (ATL) — a maior mobilização indígena do Brasil —, lideranças indígenas do Brasil, do Pacífico e do Canadá entregaram uma carta à presidência da COP30, exigindo o fim da era dos combustíveis fósseis e a implementação de uma transição energética justa e equitativa.

A carta, coordenada pela 350.org, contou com o apoio de 180 organizações indígenas, ambientais e de juventudes de diversas partes do mundo. O documento foi entregue ao presidente da COP30, André Corrêa do Lago, em uma cerimônia simbólica realizada no ATL, em Brasília.
A Oxfam esteve entre as organizações signatárias, reafirmando seu compromisso com a justiça climática, a descarbonização da economia e a centralidade dos povos indígenas e tradicionais na construção de soluções para a crise climática.
No ano em que o Brasil receberá a COP30, principal fórum global para discutir e negociar ações relacionadas às mudanças climáticas, os olhos do mundo estão voltados para o Brasil.
“É fundamental colocar em prática o princípio da responsabilidade ambiental, uma ideia simples e justa. Isso significa que as grandes corporações, responsáveis por uma parcela significativa das emissões de gases de efeito estufa, devem ser responsabilizadas financeiramente por suas ações” comentou Naira Wayand, coordenadora de Justiça Climática e Amazônia da Oxfam Brasil.
Sobre o encontro, Naira declarou: “A transição energética é uma oportunidade única para construir um presente e futuro mais sustentável, e é fundamental que ela seja implementada de forma justa e inclusiva, garantindo que seus benefícios sejam compartilhados por todos, sem deixar ninguém para trás”.