Oxfam Brasil apoia petição para barrar café associado a trabalho escravo nos EUA 

29/04/25

A Oxfam Brasil, organização que atua no combate às desigualdades e injustiças sociais, reforça seu apoio à iniciativa da Coffee Watch, que apresentou uma petição formal ao Departamento de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA (CBP) exigindo o bloqueio de importações de café ligado a trabalho escravo ou condições análogas à escravidão. A medida visa pressionar grandes empresas compradoras como Starbucks, Nestlé, JDE (Jacobs Douwe Egberts), Dunkin’, Illy e McDonald’s a adotarem práticas comerciais éticas em suas cadeias de produção no Brasil e em outros países. 

A petição se baseia em investigações que expõem violações trabalhistas graves em plantações de café no Brasil, Colômbia, Honduras e Guatemala, incluindo casos documentados de trabalho escravo contemporâneo, jornadas exaustivas, alojamentos precários e pagamento abaixo do mínimo legal.  

No Brasil, o relatório Macha da Café, da Oxfam Brasil, expôs como a precarização afeta trabalhadores rurais em regiões produtoras como Minas Gerais e Espírito Santo. Globalmente, a Oxfam publicou o relatório A Bitter Cup (Um Copo Amargo), que revelou como a pressão por preços baixos nas cadeias de café pelo mundo perpetua a pobreza e a exploração de trabalhadores rurais.  

Foto: Tatiana Cardeal/OXFAM Brasil

Agora, a ação da Coffee Watch amplifica essa luta, usando mecanismos legais dos EUA, como o Tariff Act of 1930, que proíbe a importação de produtos fabricados com trabalho forçado. 

O estudo Mancha de Café revelou que: 

  • 76% dos trabalhadores rurais entrevistados não conseguem cobrir custos básicos com sua renda; 
  • Falta de transparência nas cadeias de grandes empresas perpetua violações; 
  • Mulheres recebem até 40% menos que homens nas mesmas funções. 

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