A Oxfam Brasil conclui sua participação na COP30 com uma segunda semana marcada por ações estratégicas de alto impacto, articulação robusta com movimentos sociais e uma presença firme tanto nos espaços oficiais quanto nas ruas.
Presença nas ruas e fortalecimento da mobilização global
A organização manteve um papel ativo na pressão popular, participando de momentos-chave da sociedade civil:
Marcha Global pelo Clima (15/11): Integrou a massiva mobilização da Cúpula dos Povos em Belém, carregando seu bandeirão “Justiça Climática Já” junto a ativistas do mundo inteiro, unindo vozes no clamor por ações concretas e justas.




Big Heads retornam com crítica contundente (20/11): A sátira aos líderes globais voltou para a segunda semana da #COP30 com uma encenação poderosa. Os “cabeções” representando Luiz Inácio Lula da Silva, Cyril Ramaphosa e Claudia Sheinbaum apareceram como médicos de emergência tentando, sem sucesso, salvar o Planeta Terra em uma maca, enquanto figuras como Donald Trump e Javier Milei atrapalhavam o atendimento. Líderes como Emmanuel Macron e Ursula von der Leyen observavam passivamente.




Articulação de saberes e fortalecimento de narrativas justas
A semana foi marcada por eventos que conectaram pesquisa, narrativa e mobilização:
Workshop: Vozes coletivas por uma transição energética justa (17/11): Co-organizado com a Oxfam Novib, este espaço reuniu movimentos sociais, jovens ativistas e participantes da COP para desbloquear novas narrativas e imaginários. O foco foi em centralizar a justiça na transição energética, apresentando novas pesquisas, estratégias políticas e ferramentas de capacitação.




Exibição do documentário “Vila da Barca: Território, Memória e Justiça Climática” (17/11): Realizada na Casa das ONGs, em parceria com a COP das Baixadas, a exibição trouxe narrativas profundas sobre racismo ambiental a partir da vivência de uma comunidade diretamente afetada. O filme reforçou a missão da Oxfam Brasil de amplificar vozes territoriais nos espaços globais de governança.




Lançamento do Sumário Executivo do Eixo Justiça Climática – Marcha das Mulheres Negras (17/11): Em um ato simbólico e potente, foi lançado o documento que sintetiza as demandas do Comitê Mulheres Negras por Justiça Climática e seu Manifesto Político. A ocasião também foi o lançamento do nosso sumário executivo “Crise Ambiental e Climática: Mulheres Negras na Linha de Frente“, que evidencia como a crise climática atinge desproporcionalmente essas mulheres, especialmente no acesso à alimentação e saneamento, e coloca suas lideranças como centrais para qualquer solução efetiva.
Plenária sobre Sistemas Alimentares, Clima e Saúde (20/11): Participando do evento organizado pela ACT Promoção da Saúde, a Oxfam Brasil reforçou a crítica ao descompasso entre o impacto climático dos sistemas alimentares – responsáveis por dois terços das emissões no Brasil – e a quase ausência de financiamento climático direcionado a sua transição justa. A organização destacou como essa negligência perpetua desigualdades, acelera a degradação ambiental e ignora custos sociais ocultos, defendendo a urgência de integrar essa agenda ao centro do financiamento climático.


Painel: Construindo a Justiça Climática no Brasil: A Articulação entre Mulheres Negras, Setor Privado e Governo para a Regeneração e Desenvolvimento da Amazônia (20/11), organizado pelo SEBRAE na GreenZone.
Ao final da COP30, a Oxfam Brasil deixa Belém fortalecida em seu compromisso inegociável com a justiça climática. A organização demonstrou, ao longo das duas semanas, uma capacidade ímpar de transitar com excelência técnica e legitimidade política entre os corredores formais da Blue Zone, os espaços da sociedade civil e as mobilizações de rua.
Nossa atuação foi pautada por um princípio claro: não há justiça climática sem enfrentar o racismo ambiental e sem o protagonismo das mulheres negras, indígenas e quilombolas. Ao levar as demandas concretas dos territórios para o centro do debate global, pressionar por financiamento justo e cobrar responsabilidade dos grandes poluidores, a Oxfam Brasil reforça seu papel como uma das organizações brasileiras mais vocais e necessárias no combate às desigualdades agravadas pela crise do clima.