A Oxfam Brasil encerrou sua primeira semana na COP30 com uma das participações mais abrangentes e qualificadas das últimas edições da conferência. A organização realizou uma extensa agenda de 12 eventos, com presença marcante na Blue Zone, área central de negociações, e nas mobilizações das ruas, consolidando seu papel como uma das vozes defesa da justiça climática no Brasil.
A primeira semana da COP30 demonstrou a capacidade da Oxfam Brasil em articular simultaneamente múltiplas frentes de atuação com excelência técnica e representatividade política. A organização não apenas marcou presença quantitativa com 12 eventos, mas qualificou cada espaço com contribuições técnicas fundamentadas em seu trabalho de base.
O destaque para o combate ao racismo ambiental e o protagonismo das mulheres de comunidades tradicionais mostrou-se como um diferencial na atuação da organização, que conseguiu traduzir para os espaços de governança global as demandas concretas dos seus parceiros nos territórios.
A combinação entre incidência técnica qualificada nos espaços oficiais, fortalecimento de alianças com movimentos sociais, e mobilização pública estratégica posicionou a Oxfam Brasil como uma das organizações brasileiras mais vocais nesta COP30.
Presença qualificada e diversificada nos espaços oficiais
A equipe da Oxfam Brasil protagonizou uma série de debates técnicos de alto nível na Blue Zone, com participações que abordaram desde financiamento climático até as intersecções entre gênero, raça e mudanças climáticas.
A organização esteve presente em painéis estratégicos, levando a expertise acumulada em seus trabalhos de base com comunidades tradicionais e populações vulneráveis.
Diretoria-executiva em debates fundamentais
A diretora-executiva Viviana Santiago liderou importantes discussões em espaços estratégicos, incluindo:

- Mediação do painel “Financiamento Climático: Caminhos para a Implementação da NDC e a Promoção da Justiça Climática” (15/11) no Pavilhão Brasil
- Participação em “Cozinha da Maré: Mulheres, Territórios e Cultura Alimentar” (11/11) no Pavilhão Food Roots and Routes
- Coordenação de “Florestas em pé, mulheres em pé: a liderança das mulheres defensoras da justiça climática” (12/11) na Casa do BNDES na COP30
- Mediação de “A HORA É AGORA: Direitos Humanos e Obrigações dos Estados na Ação Climática” (12/11) na Action Agenda Area
- Participação em “Roda de Conversa e debate Impostos Saudáveis & Financiamento para o Futuro” (14/11)
Em suas intervenções, Viviana Santiago foi enfática ao destacar:

“Não há como discutir justiça climática sem enfrentar o racismo ambiental. Nossa atuação na COP30 tem o compromisso de colocar no centro do debate as vozes das mulheres negras, indígenas e quilombolas que estão na linha de frente na proteção dos territórios. São elas que constroem as soluções mais resilientes e seus saberes devem orientar qualquer política climática que se pretenda efetiva e justa.”
Coordenação técnica com ampla atuação em mobilidade humana
A coordenadora de Justiça Climática e Amazônia, Naira Wayand, conduziu uma série de debates especializados que posicionaram a Oxfam Brasil como referência em deslocamento climático:

- Mediação de “Liderando na linha de frente: soluções com refugiados, deslocados internos e migrantes” (10/11)
- Coordenação de “Vozes em Movimento: Reflexões Éticas de Comunidades Deslocadas” (12/11)
- Apresentação de “O preço da crise climática: um retrato das desigualdades globais” (13/11) no Pavilhão Belem +10
- Liderança em “Mudanças climáticas, desastres e mobilidade humana: Contribuições éticas à COP30” (14/11)
- Participação em “Conectando Saberes para a Sustentabilidade dos Territórios” (14/11) na UFPA
Naira destacou:

“Trouxemos para a COP30 a expertise da Oxfam Brasil no trabalho com comunidades afetadas por desastres climáticos. Nossa atuação técnica nos espaços oficiais foi alimentada pelas evidências concretas que coletamos nos territórios, garantindo que as políticas de adaptação e financiamento sejam construídas a partir da realidade das pessoas que já sofrem com o deslocamento forçado.”
Articulação com movimentos sociais e incidência política

A Oxfam Brasil também fortaleceu sua atuação na Green Zone através da participação da coordenadora de Justiça Rural e Desenvolvimento, Ravenna Alves, no evento “Trabalho Rural em Tempos de Crise Climática: Desafios e Caminhos com o Plano Clima” (13/11), ampliando o diálogo com movimentos sociais e organizações de base.
Ações estratégicas de mobilização pública
Além da intensa agenda técnica, a Oxfam Brasil promoveu e apoiou diversas ações estratégicas que marcaram presença nas ruas:








- Amanhecer Pelo Clima: Instalação de bandeirões “Justiça Climática Já” (10/11) em quatro capitais brasileiras (Belém, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília), em parceria com o Levante Popular da Juventude
- Projeção em prédio no centro de Belém (10/11) em parceria com a Aliança dos Povos Pelo Clima, falando da urgência de que decisões sejam tomadas, com participação da cobra símbolo da campanha “A Gente Cobra”
- Participação na Marcha da Cúpula dos Povos (15/11), carregando o bandeirão da organização e reforçando as demandas por justiça climática
- “Big Heads” (05/11): sátira aos grandes líderes globais, representados por cabeções. A cena mostrava os líderes sentados em redes enquanto a crise climática acontece, somando-se à pressão global por ambição climática
Incidência política em campanha global

A Oxfam Brasil também exerceu um papel estratégico na entrega de 1,3 milhão de assinaturas da campanha global “Make Rich Polluters Pay” (conhecida no Brasil como “Culpados Pela Crise, Responsáveis Pela Conta”) à ministra Marina Silva.
A petição defende que os super-ricos, maiores responsáveis históricos pelas emissões, paguem por mecanismos de financiamento climático para países vulneráveis.
A organização segue para a segunda semana da conferência fortalecida, mantendo seu compromisso inegociável com a justiça climática, o combate às desigualdades e a defesa dos direitos dos povos e comunidades tradicionais.