COP30 – Belém 2025

04/08/25
A COP30 é uma oportunidade histórica para construir um novo capítulo da luta climática, liderado pelos povos do Sul Global.

A COP é a conferência anual da ONU sobre mudanças climáticas. Foi criada no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, em vigor desde 1994. O objetivo central é acompanhar os compromissos internacionais no enfrentamento da crise climática, avaliar os progressos e negociar novas metas coletivas e individuais para redução de emissões, adaptação, justiça climática e financiamento.

Em 2025, pela primeira vez, a COP será realizada na Amazônia brasileira, em Belém do Pará. Um território estratégico para o presente e futuro do planeta, por sua biodiversidade, seu papel na regulação do clima global e pela força diversos povos que ali vivem e resistem.

Como Funciona

A cada ano, a COP reúne milhares de pessoas durante cerca de duas semanas. Os governos negociam acordos e compromissos em salas fechadas, enquanto centenas de eventos paralelos acontecem nos pavilhões e espaços da sociedade civil, com painéis, oficinas, atividades culturais e mobilizações populares.

As decisões da COP são construídas com base em uma agenda de negociação iniciada meses antes, com encontros técnicos, políticos e regionais que definem os rumos da conferência.

Por que a COP30 é tão importante

A COP30 é uma oportunidade histórica para construir um novo capítulo da luta climática, liderado pelos povos do Sul Global. Com protagonismo amazônico, justiça racial e escuta das comunidades da linha de frente da crise, Belém pode marcar o início de uma nova era: mais justa, solidária e comprometida com o futuro do planeta.

Será o prazo final para que os países apresentem novas metas climáticas até 2035, mais ambiciosas e compatíveis com o limite de 1,5°C do Acordo de Paris.
Estará em debate o novo valor global de financiamento climático pós-2025, essencial para adaptação e mitigação em países vulneráveis.

É uma oportunidade inédita de visibilizar e fortalecer as vozes dos povos amazônicos, das comunidades negras, tradicionais e dos países historicamente impactados pela crise climática.
Deve consolidar a justiça climática como princípio central das negociações internacionais, com ênfase na reparação histórica e no combate às desigualdades.

Nossas prioridades na COP30

Justiça Climática Antirracista
Reconhecer e enfrentar os impactos desiguais da crise climática sobre populações negras, indígenas, quilombolas, ribeirinhas e periféricas.

Financiamento Climático
Cobrar dos países desenvolvidos o cumprimento de sua responsabilidade histórica, com o aporte de recursos financeiros justos e adequados às necessidades dos países em desenvolvimento, sem gerar dívidas, condicionalidades ou ampliar desigualdades.

Transição Justa
Garantir que a descarbonização da economia não deixe ninguém para trás, protegendo trabalhadores, comunidades afetadas e territórios vulnerabilizados.

Agricultura e Segurança Alimentar
Apoiar a agroecologia, os sistemas alimentares sustentáveis e a valorização dos pequenos agricultores como pilar de adaptação climática.

Amazônia
Proteger a maior floresta tropical do mundo, seus povos e culturas. A floresta em pé é essencial para o equilíbrio climático do planeta.

Como estamos atuando

1. Fortalecimento de Atuação e Incidência dos Territórios

  • Formação Culpados Pela Crise, Responsáveis pela Conta: parceria com Associação Intercultural de Hip-Hop Urbanos da Amazônia (AIHHUAM)
  • Formação de mulheres negras em parceria com a Rede Vozes Negras Pelo Clima
  • Formação em jornalismo investigativo em parceria com a InfoAmazônia

2. Produção de Conhecimento

Publicações analíticas que evidenciam as intersecções entre desigualdade, clima e justiça social, com foco em influenciar o debate público e a formulação de políticas públicas.

3. Engajamento da Sociedade Civil

  • Atuação em redes e articulações estratégicas
  • Participação ativa em espaços de construção coletiva e incidência política, como o GT Clima da Frente Parlamentar Ambientalista Mista, GT de Racismo Ambiental, Coalizão do Observatório do Clima, Movimento Escazú Brasil, Rede Vozes Negras pelo Clima e a Coalizão COP das Baixadas, COP do Povo.
  • COP das Baixadas: Parceria com comunidades de Belém para workshops e debates sobre justiça climática.
  • COP do Povo; Articulação da sociedade civil que busca garantir protagonismo popular, amazônico e antirracista na agenda oficial da COP30.
  • Rede Vozes Negras pelo Clima; Rede nacional que fortalece a incidência de lideranças negras no enfrentamento ao racismo ambiental e à crise climática.

4. Campanhas e Advocacy
A campanha Culpados pela Crise, Responsáveis pela Conta é uma mobilização nacional e internacional que denuncia os grandes emissores de carbono e pressiona para que financiem soluções climáticas justas, com reparação histórica e foco em comunidades vulnerabilizadas.

5. Influência em Políticas Públicas
Monitoramento de políticas climáticas: Acompanhamos as políticas nacionais essenciais, como o Plano Clima, o PL da Devastação, o PL 1594/2024 sobre Deslocamento Climático e a ratificação do Acordo de Escazú, além dos principais movimentos internacionais que dialogam com a agenda climática do Brasil. Nosso trabalho conecta as decisões globais às realidades locais para fortalecer a justiça ambiental e a transição sustentável.
Diálogo com governos: Promovemos reuniões estratégicas com ministérios-chave (Meio Ambiente e Clima, Povos Indígenas, Equidade Racial, Ministério de Relações Exteriores), embaixadas e negociadores climáticos brasileiros para fortalecer e avançar agendas prioritárias na luta contra a crise climática, garantindo inclusão, justiça e eficácia nos processos.

Como funcionam as COPs?


Reações às cartas da presidência da COP30


4ª Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento, em Sevilha


Conferência de Mudanças Climáticas de Bonn


Relatório Do Lucro Privado ao Poder Público

Compartilhar