Viviana Santiago participou do evento “Democracia Sempre” em Nova York 

25/09/25

A diretora da Oxfam Brasil, Viviana Santiago, foi uma das vozes de destaque no evento especial “Democracia Sempre”, realizado paralelamente à 80ª Assembleia Geral da ONU em Nova York. O painel, que homenageou o ex-presidente uruguaio José “Pepe” Mujica e reuniu chefes de Estado como Pedro Sánchez (Espanha), Yamandú Orsi (Uruguai) e Gabriel Boric (Chile), discutiu os desafios atuais da democracia, com Viviana trazendo para o centro do debate a intrínseca ligação entre justiça fiscal, justiça climática e a defesa do sistema democrático.

A atividade, organizada pelo Congresso Panamericano, o Fórum Iniciativa Mujica e o Remarque Institute, destacou o legado de Mujica como um exemplo de renovação democrática. Foi neste contexto que Viviana Santiago apresentou dados contundentes sobre as desigualdades estruturais no Brasil e na América Latina.

Justiça Tributária

Citando o relatório “Arqueologia da Regressividade Tributária”, da Oxfam, a diretora afirmou que o sistema fiscal brasileiro tem raízes coloniais que “perpetuam a exclusão social e econômica da população negra, especialmente das mulheres negras, e favorecem uma elite econômica predominantemente branca”. Para ilustrar a disparidade, Viviana destacou que “80% dos super-ricos no Brasil são homens e são brancos”.

Justiça Climática

Viviana Santiago ampliou a discussão ao conectar a crise democrática com a crise climática, que, segundo ela, agrava desigualdades históricas. “Sabemos bem no Brasil e na América Latina quem são os principais responsáveis pela degradação do ambiente: o agronegócio predatório, as grandes mineradoras, as corporações transnacionais de combustíveis fósseis”, afirmou.

Ao conectar a crise democrática com a crise climática, a diretora da Oxfam Brasil foi enfática ao identificar os responsáveis e as vítimas desse processo. Ela afirmou que a degradação ambiental tem autores claros no Brasil e na América Latina: “o agronegócio predatório, as grandes mineradoras, as corporações transnacionais de combustíveis fósseis”. Por outro lado, as principais vítimas, que sofrem com o agravamento das desigualdades históricas, são as “comunidades negras, indígenas, quilombolas, ribeirinhas e as periferias nas cidades”. Para a diretora da Oxfam, essa sobreposição de injustiças prova que não há como separar as agendas. “Democracia e justiça climática são duas faces da mesma moeda.

O evento “Democracia Sempre” serviu não apenas para celebrar a trajetória de José Mujica, mas também para ampliar uma coalizão internacional em defesa da democracia. 

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